terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Símbolo de Nicéia



Versão Latina

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, artífice de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um só senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido unigênito do Pai, isso é, da substância do do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, nascido, não feito, de uma só substância com o Pai; por meio do qual foram feitas todas as coisas que há no céu e na terra; o qual, por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem, e padeceu, e ressuscitou ao terceiro dia, e subiu aos céus, havendo de vir julgar os vivos e os mortos.

E no Espírito Santo.

Aqueles, porém que dizem: "Houve um tempo em que não era" e: "Antes que nascesse não era", e que foi feito do que não era, ou que dizem ser de outra substância ou essência, ou que Deus é mutável ou alterável, a eles anatemiza a Igreja Católica.



Versão Grega

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, artífice de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por meio do qual vieram a ser todas as coisas, tanto no céu como na terra; o qual, por causa de nós homens e da nossa salvação, desceu e se encarnou, se en-humanou, padeceu, e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, havendo de vir julgar os vivos e os mortos;

e no Espírito Santo.

Aqueles, porém, que dizem:"Houve um tempo em que não era", e:"Antes de ser gerado não era", e que veio a ser do que não é, ou que dizem ser o Filho de Deus de uma outra hipóstase ou substância ou criado, ou mutável ou alterável, a eles anatemiza a Igreja Católica.

sábado, 28 de novembro de 2009

Como a Santa Igreja salvou os Romanos dos Bárbaros


Sabemos que os Romanos massacraram os Cristãos no início de nossa história. A vida dos Cristãos estava nas mãos dos Romanos.

O que muitos não sabem é que houve o dia em que a vida dos Romanos ficou nas mãos dos Cristãos. Então, houve vingança? Melhor, houve misericórdia.

Santo Agostinho nos conta esta história.


"Não são esses adversários do nome de Jesus Cristo aqueles mesmos romanos que em nome de Jesus Cristo os bárbaros pouparam?

Atestam-no as capelas dos mártires e as basílicas dos apóstolos, que em plena desolação de Roma abriam o seio a quantos, cristãos ou gentios, nele buscavam refúgio. Até o sagrado limiar o furioso inimigo banhava-se em sangue, mas nessa barreira a raiva assassina expirava[...] Assim escapou à morte a maioria desses caluniadores de nossa era cristã, que atribuem ao Cristo os males que Roma sofreu; o benefício da vida, por eles devido ao nome de Cristo, não é a nosso Cristo, porém, que atribuem , e sim ao destino, quando, se maduramente refletissem, no que suportaram de infortúnios poderiam reconhecer a Providência, que se vale do flagelo da guerra para corrigir e pulverizar a corrupção humana e, atormentando com semelhantes aflições almas justas e meritórias, faz que, depois da prova, passem a melhor destino ou as retém na terra para outros desígnios. Quanto, porém, à milagrosa proteção de que o nome do Cristo os cercou em toda parte e nos mais divinos e amplos edifícios, designados à multidão como oferecedores de maior espaço ao refúgio e à clemência, clemência nova, até então desconhecida por vencedores, por bárbaros ferozes, não deveriam atribuí-la ao Cristianismo, dar graças a Deus e acorrer-lhe ao nome com sincera fé, para fugirem aos suplícios do fogo eterno?

Este nome vários não o usurparam senão para evitar as angústias da morte presente, porque de todos quantos vês insultarem com cínica desfaçatez os servidores do Cristo muitos não escapariam ao gládio ensangüentado, se não se acobertassem com o falso título de servidores de Jesus Cristo. E agora, com soberba ingratidão, delirantes de impiedade e de coração perverso, correm ao suplício das trevas eternas, insurgindo-se contra esse nome, em que se refugiaram, mentindo, para fruir da luz temporal."

Santo Agostinho, Rogai por nós!
Texto retirado de "A Cidade de Deus" de Santo Agostinho.

Felippe Cremona

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Deus pode mudar o passado?


Esta é uma questão que nos causa curiosidade. São Tomás de Aquino, como sempre, não nos deixa morrer curiosos.

"Deus, que pode tudo, não pode fazer que uma mulher violada, seja não-violada"
(São Jerônimo)

O que implica contradição, não está sob a onipotência de Deus. Ora, que as coisas passadas não tenham existido implica contradição. Com efeito, assim como há contradição em dizer que Sócrates está e não está sentado, também há em dizer que esteve e não esteve sentado. Ora, dizer que ele esteve sentando é declarar uma coisa passada:dizer que não esteve é dizer que essa coisa passada não existiu. Então, que as coisas passadas não tenham existido, isto não está na dependência da potência divina.

É o que assevera Agostinho:
"Aquele que diz: 'Se Deus é onipotente, faça que o que foi feito não tenha sido feito', não percebe o que está dizendo: 'Se Deus é onipotente que ele faça que o que é verdadeiro, enquanto tal, seja falso'"

E o Filósofo escreve no livro da Ética:
"A Deus só lhe falta isso: tornar não feito o que foi feito"


Texto retirado da "Suma Teológica, Livro I" de São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Começam os colóquios com a FSSPX


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Na próxima segunda-feira, 26 de outubro, acontecerá o primeiro colóquio entre os representantes da Fraternidade São Pio X e os membros da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei.

Assim explicou hoje o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, em uma breve declaração.

Estes colóquios, que foram anunciados ao se publicar o decreto de levantamento da excomunhão de bispos lefebrianos, tratarão sobre as questões doutrinais abertas e, segundo afirmou hoje Lombardi, seu conteúdo “será estritamente reservado”.

Está prevista, não obstante, a publicação de um comunicado ao término do colóquio.

O encontro acontecerá no Palácio do Santo Ofício, e nele participarão, por parte da Comissão Ecclesia Dei, seu secretário, mons. Guido Pozzo, e o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, mons. Luis F. Ladaria Ferrer. S.J.

Também estarão presentes os especialistas, os consultores da Congregação para a Doutrina da Fé; Charles Morerod, secretário da Comissão Teológica Internacional, mons. Fernando Ocáriz, vigário geral do Opus Dei, e Karl Josef Beccker.


Fonte:
www.zenit.org/article-22998?l=portuguese

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Superioridade dos Anjos


O Anjo é superior ao homem, São Tomás de Aquino explica o porque.

O anjo superava o homem em três aspectos:

Primeiro, pela dignidade de sua natureza, que é puramente espiritual, conforme diz o Salmo: "dos ventos fazes os Teus mensageiros"(103,4). O homem, porém, é de natureza corruptível, como o reconhecia Abrãao: "falarei ao meu Senhor, ainda que eu seja pó e cinza"(Gn 18,27).

Segundo, por sua familiaridade com Deus, pois, sendo seu auxiliar, o anjo Lhe é íntimo, conforme se lê em Daniel: "milhares de milhares O servem, inumeráveis são os que assistem diante d'Dele"(Dn 7,10). Porém, pelo pecado, o homem se fez como que estranho e exilado de Deus, como o confessa o salmista: "fugi para longe e permaneci no deserto"(Sl 54,8). Era conveniente, portanto, que o anjo, que é próximo e familiar ao Rei, fosse reverenciado pelo homem.

Terceiro, o anjo era superior por causa da plenitude do esplendor da graça divina. Com efeito, os anjos participavam da luz divina na suma plenitude, conforme se lê no livro de Jó: "porventura têm número as suas milícias? E sobre quem é que não levanta a sua luz?"(Jó 25,3). Eis porque os anjos sempre aparecem revestidos de luz. Os homens, porém, ainda que participem da luz da graça, fazem-no num grau muito menor e com certa obscuridade.

Texto retirado de "In Salutationem Angelicam Expositio" de São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ninguém recebe de boa vontade o sacerdócio



Tem medo de ser padre? Não é só você...

"Dizia S.Clemente de Alexandria que os que estavam verdadeiramente animados do Espírito de Deus, se encontravam possuídos de temor ao receberem o sacerdócio, como um homem que treme à vista dum fardo enorme, que lhe vão lançar sobre os ombros, com perigo de ele ficar esmagado. Santo Efrém nos diz que não encontrava ninguém que quisesse ser ordenado de presbítero. Um concílio de Cartago decretou que os que fossem julgados dignos do sacerdócio e o recusassem, podiam ser obrigados a deixar-se ordenar. 'Ninguém, dizia S. Gregório de Nazianzo, recebe de boa vontade o sacerdócio'. Refere o diácono Pôncio que S.Cipriano, ao saber que o queriam ordenar sacerdote, correra a esconder-se por humildade: Humiliter secessit. O mesmo fez, por igual motivo, S.Fulgêncio. Prevendo que ia ser eleito, correu a esconder-se num lugar desconhecido. Refere Sozomeno que também Sto. Atanásio fugira para não ser elevado ao sacerdócio. Santo Ambrósio fez grandes resistências, como ele próprio afirma. S.Gregório procurou disfarçar-se em trajo de negociante para escapar à ordenação, apesar de Deus ter mostrado por milagres que o chamava à ordenação.

Para não ser ordenado, Sto. Efrém se apresentou como insensato e S. Marco cortou o dedo polegar. O mesmo motivo levou Sto. Amon a cortar as orelhas e o nariz; e, como apesar disso o povo insistia em o fazer ordenar, fez-lhe a ameaça de cortar também a língua; então cessaram de o perseguir.

É sabido que S. Francisco, ordenado diácono, não quis receber o presbiterato, porque uma visão lhe tinha revelado que a alma do padre deve ser pura como a água, que lhe fôra mostrada num vaso de cristal. Do mesmo modo o abade Teodoro não era senão diácono, e todavia nunca quis exercer as funções da sua Ordem, porque um dia ao fazer a oração viu uma coluna de fogo e foi-lhe dito: 'Se tens o coração inflamado como esta chama, então exerce a tua Ordem'. O abade Motuès era sacerdote, mas não quis celebrar, porque se julgava indigno disso."

Rezemos pelos Sacerdotes para que mantenham a Fé em tão terrível encargo
Texto retirado do Livro "A Selva" de Santo Afonso de Ligório.

Felippe Cremona

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sobre Milagres


O que é milagre? São Tomás de Aquino te explica.

"A palavra milagre toma-se de admiração. A admiração se dá quando os efeitos são manifestos e a causa, oculta. Por exemplo, uma pessoa admira quando vê um eclipse do sol, mas ignora a causa, como se diz no início do livra da Metafísica. Ora, a causa de um efeito aparente pode ser conhecida de alguns e ignorada por outros; portanto, isso pode parecer admirável para uns e para outros não:

O rude admira o eclipse do sol; o astrônomo, não.

Chama-se, pois, milagre o que é cheio de admiração, no sentido de que a causa fica absolutamente oculta para todos. Esta causa é Deus. Portanto, as coisas feitas por Deus fora das causas por nós conhecidas são chamadas de milagres"

São Tomás de Aquino, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados da "Suma Teológica Livro I" escrito por São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona

sábado, 18 de julho de 2009

Utrum Deus Sit


É impossível provar que Deus existe? São Tomás de Aquino irá te deixar de "queixo caido"

"Por cinco vias pode-se provar a existência de Deus.

A primeira e mais manifesta é a procedente do movimento; pois, é certo e verificado pelos sentidos, que alguns seres são movidos neste mundo. Ora, todo o movido por outro o é. Porque nada é movido senão enquanto potencial, relativamente àquilo a que é movido, e um ser move enquanto em ato. Pois mover não é senão levar alguma coisa da potência ao ato; assim, o cálido atual, como o fogo, torna a madeira, cálido potencial, em cálido atual e dessa maneira, a move e altera. Ora, não é possível uma coisa estar em ato e potência, no mesmo ponto de vista, mas só em pontos de vista diversos; pois, o cálido atual não pode ser simultaneamente cálido potencial, mas, é frio em potência. Logo, é impossível uma coisa ser motora e movida ou mover-se a si própria, no mesmo ponto de vista e do mesmo modo, pois, tudo o que é movido há-de sê-lo por outro. Se, portanto, o motor também se move, é necessário seja movido por outro, e este por outro. Ora, não se pode assim proceder até ao infinito, porque não haveria nenhum primeiro motor e, por conseqüência, outro qualquer; pois, os motores segundos não movem, senão movidos
pelo primeiro, como não move o báculo sem ser movido pela mão. Logo, é necessário chegar a um primeiro motor, de nenhum outro movido, ao qual todos dão o nome de Deus.

A segunda via procede da natureza da causa eficiente. Pois, descobrimos que há certa ordem das causas eficientes nos seres sensíveis; porém, não concebemos, nem é possível que uma coisa seja causa eficiente de si própria, pois seria anterior a si mesma; o que não pode ser. Mas, é impossível, nas causas eficientes, procederse até o infinito; pois, em todas as causas eficientes ordenadas, a primeira é causa da média e esta, da última, sejam as médias muitas ou uma só; e como, removida a causa, removido fica o efeito, se nas causas eficientes não houver primeira, não haverá média nem última. Procedendo-se ao infinito, não haverá primeira causa eficiente, nem efeito último, nem causas eficientes médias, o que evidentemente é falso. Logo, é necessário admitir uma causa eficiente primeira, à qual todos dão o nome de Deus.

A terceira via, procedente do possível e do necessário, é a seguinte — Vemos que certas coisas podem ser e não ser, podendo ser geradas e corrompidas. Ora, impossível é existirem sempre todos os seres de tal natureza, pois o que pode não ser, algum tempo não foi. Se, portanto, todas as coisas podem não ser, algum tempo nenhuma existia. Mas, se tal fosse verdade, ainda agora nada existiria pois, o que não é só pode começar a existir por uma coisa já existente; ora, nenhum ente existindo, é impossível que algum comece a existir, eportanto, nada existiria, o que, evidentemente, é falso. Logo, nem todos os seres são possíveis, mas é forçoso que algum dentre eles seja necessário. Ora, tudo o que é necessário ou tem de fora a causa de sua necessidade ou não a tem. Mas não é possível proceder ao infinito, nos seres necessários, que têm a causa da própria necessidade, como também o não é nas causas eficientes, como já se provou. Por onde, é forçoso admitir um ser por si necessário, não tendo de fora a causa da sua necessidade, antes, sendo a causa da necessidade dos outros; e a tal ser, todos chamam Deus.

A quarta via procede dos graus que se encontram nas coisas. — Assim, nelas se encontram em proporção maior e menor o bem, a verdade, a nobreza e outros atributos semelhantes. Ora, o mais e o menos se dizem de diversos atributos enquanto se aproximam de um máximo, diversamente; assim, o mais cálido é o que mais se aproxima do maximamente cálido. Há, portanto, algo verdadeiríssimo, ótimo e nobilíssimo e, por conseqüente, maximamente ser; pois, as coisas maximamente verdadeiras são maximamente seres, como diz o Filósofo. Ora, o que é maximamente tal, em um gênero, é causa de tudo o que esse gênero compreende; assim o fogo, maximamente cálido, é causa de todos os cálidos, como no mesmo lugar se diz. Logo, há um ser, causa do ser, e da bondade, e de qualquer perfeição em tudo quanto existe, e chama-se Deus.

A quinta procede do governo das coisas — Pois, vemos que algumas, como os corpos naturais, que carecem de conhecimento, operam em vista de um fim; o que se conclui de operarem sempre ou freqüentemente do mesmo modo, para conseguirem o que é ótimo; donde resulta que chegam ao fim, não pelo acaso, mas pela intenção. Mas, os seres sem conhecimento não tendem ao fim sem serem dirigidos por um ente conhecedor e inteligente, como a seta, pelo arqueiro. Logo, há um ser inteligente, pelo qual todas as coisas naturais se ordenam ao fim, e a que chamamos Deus."

São Tomás de Aquino, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados da "Suma Teológica Livro I" escrito por São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Missa Tridentina no RJ


Dia: 8 de agosto de 2009 às 12:30h (sábado)
Celebrante: Mons Sérgio Costa Couto.
Local: Capela de N. Sra. da Glória do Outeiro, no bairro da Glória SAIBA COMO CHEGAR


"Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos" (I Coríntios 1,23)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sobre a Salvação fora da Igreja e a Autoridade Papal


Você acha acredita que basta ser batizado para alcançar a salvação? Ser fiel e submisso ao Papa é irrelevante? Basta ler esta bula do Santo Padre Bonifacio VIII.


"Una, santa, católica e apostólica: esta é a Igreja que devemos crer e professar já que é isso o que a ensina a fé. Nesta Igreja cremos com firmeza e com simplicidade testemunhamos. Fora dela não há salvação, nem remissão dos pecados, como declara o esposo no Cântico: 'Uma só é minha pomba sem defeito. Uma só a preferida pela mãe que a gerou' (Ct 6,9). Ela representa o único corpo místico, cuja cabeça é Cristo e Deus é a cabeça de Cristo. Nela existe 'um só Senhor, uma só fé e um só batismo' (Ef 4,5). De fato, apenas uma foi a arca de Noé na época do dilúvio; ela foi a figura antecipada da única Igreja; encerrada com 'um côvado' (Gn 6,16), teve um único piloto e um único chefe: Noé. Como lemos, tudo o que existia fora dela, sobre a terra, foi destruído.

A esta única Igreja, nós a veneramos, como diz o Senhor pelo profeta: 'Salva minha vida da espada, meu único ser, da pata do cão' (Sl 21,21). Ao mesmo tempo que Ele pediu pela alma - ou seja, pela cabeça - também pediu pelo corpo, porque chamou o seu corpo como único, isto é, a Igreja, por causa da unidade da Igreja no seu esposo, na fé, nos sacramentos e na caridade. Ela é a veste sem costura (Jo 19,23) do Salvador, que não foi dividida, mas tirada à sorte. Por isso, esta Igreja, una e única, tem um só corpo e uma só cabeça, e não duas como um monstro: é Cristo e Pedro, vigário de Cristo, e o sucessor de Pedro, conforme o que disse o Senhor ao próprio Pedro: 'Apascenta as minhas ovelhas' (Jo 21,17). Disse 'minhas' em geral e não 'esta' ou 'aquela' em particular, de forma que se subentende que todas lhe foram confiadas. Assim, se os gregos ou outros dizem que não foram confiados a Pedro e aos seus sucessores, é necessário que reconheçam que não fazem parte das ovelhas de Cristo pois o Senhor disse no evangelho de São João: 'Há um só rebanho e um só Pastor' (Jo 10,16).

As palavras do Evangenho nos ensinam: esta potência comporta duas espadas, todas as duas estão em poder da Igreja: a espada espiritual e a espada temporal. Mas esta última deve ser usada para a Igreja enquanto que a primeira deve ser usada pela Igreja. O espiritual deve ser manuseado pela mão do padre; o temporal, pela mão dos reis e cavaleiros, com o consenso e segundo a vontade do padre. Uma espada deve estar subordinada à outra espada; a autoridade temporal deve ser submissa à autoridade espiritual.

O poder espiritual deve superar em dignidade e nobreza toda espécie de poder terrestre. Devemos reconhecer isso quando mais nitidamente percebemos que as coisas espirituais sobrepujam as temporais. A verdade o atesta: o poder espiritual pode estabelecer o poder terrestre e julgá-lo se este não for bom. Ora, se o poder terrestre se desvia, será julgado pelo poder espiritual. Se o poder espiritual inferior se desvia, será julgado pelo poder superior. Mas, se o poder superior se desvia, somente Deus poderá julgá-lo e não o homem. Assim testemunha o apóstolo: 'O homem espiritual julga a respeito de tudo e por ninguém é julgado' (1Cor 2,15).

Esta autoridade, ainda que tenha sido dada a um homem e por ele seja exercida, não é humana, mas de Deus. Foi dada a Pedro pela boca de Deus e fundada para ele e seus sucessores Naquele que ele, a rocha, confessou, quando o Senhor disse a Pedro: 'Tudo o que ligares...' (Mt 16,19). Assim, quem resiste a este poder determinado por Deus 'resiste à ordem de Deus' (Rm 13,2), a menos que não esteja imaginando dois princípios, como fez Manes, opinião que julgamos falsa e herética, já que, conforme Moisés, não é 'nos princípios', mas 'no princípio Deus criou o céu e a terra' (Gn 1,1).

Por isso, declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao romano pontífice.

Dada no Vaticano, no oitavo ano de nosso pontificado"


(Bula Unam Sanctam, Papa Bonifácio VIII)


Renunciando a falsa doutrina, fiquemos com o que diz a Igreja de forma infalível.


Está e a verdadeira fé Católica, fora da qual ninguém pode ser salvo!

Felippe Cremona

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Autênticos Cavaleiros


"Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimos filhos no doce Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver autênticos cavaleiros, de maneira que deis vossa vida por Cristo crucificado.

Vós fostes postos no campo de batalha desta tenebrosa vida, na qual nos achamos sempre a lutar contra inimigos. O mundo nos persegue com suas riquezas, altas posições e honras, mostrando-as como algo estável. Mas elas acabam e passam como o vento. O demônio nos assalta com muitas tentações, levando-nos a injuriar e muitas vezes a perder o controle na intenção de nos afastar do nosso próximo. Porque, se perdemos o amor perdemos a vida. A carne nos molesta com muitas fraquezas e movimentos, a fim de prejudicar nossa pureza. Com isso afastamo-nos de Deus, suprema e eterna pureza. Nossos inimigos jamais dormem, sempre atentos em nos perseguir. Deus permite isso para nos dar motivo de merecimento e nos acordar do sono da negligência. Sabeis que ao ser assaltado por seus inimigos, o homem procura meios para se defender. Ele compreende que, se ficar dormindo, estará em perigo de morte (espiritual). Deus permite as tentações para que estejamos acordados, munidos com as armas do ódio (pelo pecado) e do amor (pela virtude). O ódio fecha a porta aos vícios. Falo do consentimento da vontade, que opõe resistência e desprezo quando pode. Mas a pessoa abre essas portas às virtudes, estendendo as mãos ao amor, para acolher as virtudes com prazer e desejo.

Vedes assim como é bom, ótimo, que os adversários se levantem contra nós. Se possuímos uma vontade firme, não devemos nem podemos temer. Conformemo-nos, dizendo: 'Por Cristo crucificado tudo podemos'. E de que pode ter medo quem confia no seu Criador? General do nosso campo de batalha é Jesus Cristo. Ele, com seu sangue, derrotou nossos inimigos; venceu os prazeres e a riqueza mundana mediante a humilhação voluntária, mediante a fome, a sede e as perseguições. Cristo, com sua sabedoria, venceu o demônio e sua malícia, usando o anzol e a isca da nossa humanidade na união da natureza divina com a humana. Nossa carne foi derrotada na sua carne flagelada, torturada e saturada de opróbrios no lenho da santa cruz. E no fim, nossa carne foi elevada acima dos coros de anjos na ressurreição do filho de Deus. Nenhum corpo e nenhuma mente deveriam existir, tão corrompidos, que ao contemplar nossa natureza unida à natureza divina não se purificassem e não preferissem morrer que enlamear-se no pecado. Conhecemos o remédio. Nosso general, Cristo, venceu por nós nossos inimigos, enfraqueceu-os, aprisionou-os, de maneira que não podem vencer-nos, sem nosso consentimento. Nada temos a temer. Resta-nos apenas combater valorosamente, fazendo o sinal da cruz, contemplar o sangue do Cordeiro imaculado, e usar a espada do ódio (pelo pecado) e do amor (pela virtude), ferindo assim os adversários.

Este é o combate geral, que todos com o uso da razão devem enfrentar. Em sua infinita bondade, Deus nos escolheu como cavaleiros para o combate aos vícios e pecados, e para a procura do rico tesouro das virtudes. Assim me parece que Deus vos convida a crescer na perfeição através da salvação dos infiéis, como um dos primeiros combatentes da Cruzada. De fato, agora ela começa. O santo padre envia os cavaleiros militares, e quem os acompanha.

Bondosos filhos, revesti-vos sem nenhum medo com a couraça do sangue (de cristo), misturando o vosso sangue com o do Cordeiro. Que bela couraça esta, para defender de todos os golpes. E com a espada do ódio (o pecado) e do amor (à virtude), devidamente protegidos, golpeareis e vencereis vossos inimigos. Bondosos filhos, que consolidadada é esta couraça que, ao defender, vence, e ao ser ofendida, suplanta. Nela encontram-se flechas invisíveis, que fazem germinar flores e frutos. Flores são o louvor e a glória de Deus que eliminam a infidelidade. E com as flores virá o fruto, quero dizer, o merecimento de nossas canseiras, fazendo-nos viver a graça, vê-la crescer e, por fim, alcançar a eterna visão de Deus.

Deixai a negligência, sede esforçados, não recuseis o prêmio por causa de uma pequena canseira. Somente assim sereis cavaleiros fortes. Por isso afirmei que desejava vos ver cavaleiros fortes no campo de batalha, cumpridores da vontade divina e realizadores do meu desejo de que mergulheis e vos inebrieis no sangue de Cristo crucificado, pois é no sangue que o coração se fortalece.

Nada mais acrescento.

Permanecei no santo e doce amor de Deus.
Jesus doce, Jesus amor."

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados da carta 257 escrito por Santa Catarina de Sena.

Felippe Cremona

sábado, 11 de julho de 2009

São Nuno Álvares Pereira


No dia 26 de abril último foi canonizado em Roma, pelo Papa Bento XVI, o invicto guerreiro Nuno Álvares Pereira (1360 – 1431), elevado à honra dos altares 578 anos após seu falecimento.

Catolicismo - Causou compreensível júbilo, especialmente em Portugal e no Brasil, a canonização de Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal. Sabemos que para Vossa Alteza enquanto Chefe da Casa Imperial do Brasil, como para os membros da Casa de Bragança, é especialmente honrosa essa elevação aos altares. Poderia falar-nos inicialmente dos laços de sangue que o unem ao Santo Condestável?

Dom Luiz - Como se tem conhecimento, Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360, filho do Prior da Ordem do Hospital, Álvaro Gonçalves Pereira. Por seu elevado espírito cavalheiresco, almejava a perfeição cristã e acalentava o desejo de permanecer virgem. Entretanto, obedecendo a seu pai, que desejava adquirisse bens para manter sua posição na corte, casou-se com uma nobre e rica viúva, Dª. Leonor de Alvim, da qual teve dois filhos, que morreram ao nascer, e uma filha, Dª. Beatriz, de cujo parto faleceu a mãe. Uma vez no trono o Mestre de Aviz, D. João I, em prol de quem Nuno Álvares empenhara todo o seu devotamento na grave crise política e religiosa que Portugal atravessara, quis casar seu filho natural, o Infante D. Afonso, com a filha do Santo Condestável. Desse enlace nasceu a Casa dos Duques de Bragança, da qual descendem os imperadores do Brasil.


Catolicismo - Qual o traço de personalidade que mais admira em Nuno Álvares Pereira?

Dom Luiz - Se eu pudesse resumir em poucas palavras a figura desse grande santo, diria que ele foi a derradeira e acabada personificação da Idade Média portuguesa. Há uma definição que gosto de citar, feita pelo Infante D. Pedro, que com ele conviveu muito tempo: “Norma dos príncipes, exemplo dos senhores, espelho de anacoretas”. Realmente, toda a sua vida nos Conselhos do Rei, nos campos de batalha ou sob o hábito de irmão leigo carmelita foi norteada pelo ideal do “Serviço de Deus”.


Catolicismo - E qual a importância dele para a História?

Dom Luiz - Uma importância incalculável. Não hesito em dizer que ele fez renascer Portugal e revivescer o senso da missão histórica que cabia a esse povo e a essa nação, da qual o Brasil se orgulha de descender. Bem jovem, apenas com 13 anos, D. Nuno Álvares Pereira foi armado cavaleiro. Segundo os relatos do tempo, sempre se mostrou muito valente e ao mesmo tempo afável, sábio, bom conselheiro e agindo sem rancor ou ódio. Juntamente com essas qualidades, marcava seu espírito um afinado senso histórico e providencial. Portugal, depois da morte do rei D. Fernando I, encontrava-se numa encruzilhada no que diz respeito à sucessão ao Trono. O Rei D. Fernando I, o Formoso, casara-se em segredo com Leonor Telles, que tivera seu casamento anterior anulado. Após a morte do rei, Leonor Telles tornou-se regente e levou para viver no palácio seu amante, o galego João Fernandes Andeiro, o que causou grande indignação entre muita gente e levou os portugueses a cognominá-la Aleivosa. A filha de D. Fernando I e de Leonor Telles, Dª. Beatriz, estava prometida a D. João de Castela. Portugal encontrava-se dividido nessa crise, particularmente a nobreza. Parte dela, por comodismo ou por interesses diversos, preferia aceitar como soberanos Dª. Beatriz e D. João de Castela, o que acarretaria uma absorção do reino. Outros simplesmente aguardavam o desenlace dos acontecimentos para tomarem posição. Além disso, Castela era partidária do anti-papa Clemente VII. Esse conjunto de circunstâncias fez com que Nuno Álvares pusesse toda a sua dedicação e todo o seu entusiasmo a serviço da causa de D. João, Mestre de Aviz.


Catolicismo - Pode-se dizer, então, que ele galvanizou todo Portugal e sua empreitada foi triunfal?

Dom Luiz - Não diria isso. Como todas as obras providenciais, a missão de Nuno Álvares não foi fácil, tendo ele sofrido reveses. Sobretudo, teve que enfrentar o ambiente em boa parte acomodado, e também marcado pela decadência moral. É bom recordar que ele fez frente, até no campo de batalha, a vários de seus irmãos. Foi a custo que o futuro Condestável de Portugal se tornou recrutador e formador de outros jovens guerreiros e tornou vencedora sua causa. Com a nova dinastia de Aviz, virtuosa e idealista, com uma nobreza regenerada e revigorada, Portugal se lançou a “dilatar a Fé e o Império” até os confins do mundo. E isso não teria sido possível sem a atuação providencial de D. Nuno Álvares Pereira no momento em que Portugal estava para perder a alma e a independência.


Catolicismo - É compreensível que a figura do Santo Condestável desperte admiração e entusiasmo, por seu papel histórico na consolidação da missão providencial de Portugal da qual Vossa Alteza acaba de nos falar. Mas será que essa figura tem algo de específico para nossos dias?

Dom Luiz - Como um homem que ascendeu à honra dos altares, é evidente que suas virtudes são para nós um exemplo excelso. Mas creio que sua figura de cavaleiro cristão, de que falei, é mais atual do que pode parecer. Embora as circunstâncias da vida contemporânea sejam em grande medida diversas das que havia na época de Nuno Álvares Pereira, esse espírito de “serviço de Deus”, essa dedicação à causa da Igreja e da civilização cristã são mais necessários do que nunca. Infelizmente, todo o Ocidente, para falar só dele, é hoje assolado por um laicismo contraditoriamente moderado e agressivo. Modas, costumes, leis, idéias vão cada vez mais deteriorando as mentalidades e afastando-as do verdadeiro ideal cristão, com reflexos perniciosos para as sociedades. Ergue-se todo um mundo contrário a Jesus Cristo. Basta lembrar as legislações que por toda parte consagram como práticas habituais o terrível crime do aborto ou o mal chamado casamento homossexual, gravemente ofensivo a Deus. Diante dessa deterioração, é necessário que muitos sigam o exemplo do Santo Condestável e consagrem suas vidas à luta pelos ideais da civilização cristã, para alcançarem uma profunda regeneração da sociedade.


Catolicismo - A canonização de Nuno Álvares Pereira traz também algum ensinamento para a nobreza de nossos dias?

Dom Luiz - Sem dúvida. Em seu livro Nobreza e Elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, que tive a honra de prefaciar, Plinio Corrêa de Oliveira ressalta bem que — sobretudo numa sociedade em que imperam a confusão das idéias, o desregramento dos costumes, o abandono da Religião — à nobreza e às elites tradicionais cabe desempenhar a função de guias, pelo exemplo de uma fé viva e operante, pela observância exímia do dever, pela fidelidade à tradição, que as tornam conhecedoras profundas e subtis dos problemas do presente. Infelizmente, nos dias que correm, nobres e até príncipes, apesar de seu sangue ilustre e de sua formação moral, aderiram à vulgaridade de maneiras, de formas de vida, de modos de ser ditos “modernos”. Nuno Álvares Pereira é para eles um exemplo e um intercessor insigne. Devemos rogar ao Santo Condestável dar-nos a coragem de enfrentar os ambientes ditos modernos, de permanecer fiéis aos ideais perenes da Igreja e da civilização cristã, de saber viver como ele no auge do prestígio, nos píncaros da sociedade, mas voltados para o serviço de Deus; de ser, enfim, fiéis ao que o Papa Bento XV qualificou de “sacerdócio da nobreza”.


São Nuno Álvares Pereira, rogai pela Causa Imperial Brasileira!
Todos os textos foram tirados da Revista Católicismo

Indulgência



Hoje em dia, vemos muitos católicos que, após verem as mentiras dos filmes do Herege Lutero, se acharem no direito de se dizerem contrários as Indulgências. Mas o que são as indulgências? São Tomás de Aquino nos explica como elas surgiram

"Para quem vive na caridade, as indulgências têm o valor que o Papa lhes pode conferir. Quando os santos fazem boas obras, sem terem pecado, ao menos mortalmente, essas obras são úteis para a Igreja. Do mesmo modo os méritos de Cristo e da bem-aventurada Virgem são reunidos como um tesouro. O Soberano Pontífice e aqueles a quem ele confiou tal cuidado, podem aplicar estes méritos, onde mais houver necessidade. Assim, pois, os pecados são remidos, quanto à falta, pela contrição, e quanto à pena, pela confissão e pelas indulgências."

São Tomás de Aquino, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados de "O Credo" escrito por São Tomas de Aquino.

Felippe Cremona

terça-feira, 7 de julho de 2009

Santa Maria é a Nossa Esperança!


Somente Nosso Senhor Jesus Cristo é a nossa esperança? Vejamos o que Santo Afonso de Ligório diz sobre o assunto.

"Não suportam os hereges modernos que nós saudemos e chamemos a Maria nossa esperança. Dizem que só Deus é nossa esperança, e que ele amaldiçoa quem põe sua confiança na criatura. 'Maldito o homem que confia no homem' (Jr 17,5). Maria é criatura, objetam eles; como, pois, uma criatura há de ser a nossa esperança? Isto dizem os hereges. Entretanto quer a Santa Igreja que cada dia todos os eclesiásticos e todos os religiosos em voz alta, e em nome de todos os fiéis, invoquem e chamem a Maria com este nome de esperança nossa.

De dois modos, diz o Angélico S. Tomás, podemos pôr nossa esperança numa pessoa, como causa principal ou como causa mediante. Quem deseja obter do rei uma graça, espera alcançá-la do rei como soberano senhor, e espera obtê-la do seu ministro ou valido, como intercessor. No último caso a graça concedida veio do rei, mas por intermédio do seu valido. - Portanto, quem pretende a graça com razão chama aquele seu intercessor a sua esperança. Por ser de infinita bondade, sumamente deseja o Rei do céu enriquecer-nos com as suas graças. Mas porque para tanto é necessária de nossa parte a confiança, deu-nos o Senhor, para aumentá-la, sua própria Mãe por advogada e intercessora, e concedeu-lhe plenos poderes a fim de nos valer. Por esta razão quer também que nela coloquemos a esperança de nossa salvação e de todo nosso bem. Sem dúvida são amaldiçoados pelo Senhor, como diz Jeremias, aqueles que põem sua confiança na criatura unicamente. Tal é o procedimento dos pecadores que, em troca da amizade e dos préstimos de um homem, não se incomodam de ofender a Deus. São abençoados pelo Senhor e lhe são agradáveis, porém, os que esperam em Maria, tão poderosa como Mãe de Deus, para impetrar-lhe as graças e a vida eterna. Pois assim quer Deus ver honrada aquela excelsa criatura, que neste mundo o amou e honrou mais do que todos os anjos e homens juntos.

É, portanto, com muita razão que chamamos à Virgem esperança nossa, porque, como diz S. Roberto Belarmino, Cardeal, esperamos pela sua intercessão obter o que não alcançariamos só com nossas orações. Invocamo-la, observa Suárez, para que a dignidade da intercessora supra a nossa falta de méritos. De modo que continua ele, invocar a Virgem com tal esperança não é desconfiar da misericórdia de Deus, senão temer pela própria indignidade."


Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados de "Glórias de Maria" escrito por Santo Afonso Maria de Ligório.

Felippe Cremona

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Vida de Santa Joana d'Arc - Parte II


A Missão de Joana d'Arc

[Cena 3]

Germana (chega, toda enfeitada de flores): O que vocês estão fazendo? A festa vai começar dentro de meia hora e Joana ainda não está pronta... (Pegando a grinalda na mão). Sua grinalda é muito bonita, sem dúvida, deve ser para a capela de Nossa Senhora, nunca vi você trançar uma grinalda para se enfeitar.

Joana: É verdade que todas as minhas flores são para Maria, mas não recuso participar da festa. Não preciso de muito tempo para me preparar, chegarei quase tão cedo quanto vocês, Germana, leva Catarina com você, irei logo alcançá-las.

Germana: Joana, não falte; sem você não haverá festa.

Catarina (para Joana): Não quero ir sem você, vou esperar.

Joana: Seja obediente, Catarina, Sabe o que foi combinado entre nós... Eu preciso ficar algum tempo sozinha.

Germana: Por que, tantas vezes, você quer ficar sozinha? Deve se aborrecer por não saber das novidades. Eu sei de algumas muito interessantes... Sabe o que está acontecendo em Orleans?

Joana: Não, não sei de nada. Meus irmão mais velhos, Tiago e João estão no exército, rezo todos os dias para eles, mas não desejo saber o que está acontecendo em Orleans nem em lugar nenhum.

Germana (estranhando): Mas você não ama a França, Joana?

Joana: Sim, amo-a, mas sou apenas uma pastorinha e sei que permanecendo humilde e oculta posso ser mais útil a nossa pobre pátria do que procurando saber coisas que não me dizem respeito.

Catarina (levantando-se): Pois bem, Joana, como você me disse para partir, vou à festa. Se Germana começar a falar de todas as coisas que ela sabe, ainda estaremos aqui quando a festa acabar. Não estou a fim de perdê-la.

Germana e Catarina beijam Joana e partem


[Cena 4]

Joana: Já é tarde e não ouvi minhas vozes ainda... Mas preciso partir para a festa. (Ajoelha-se) Ó Nossa Senhora, protegei-me, sou vossa pequena serva. Dê-me a graça de nada fazer que não lhe seja agradável.

São Miguel (invisível, canta a música): Parti, arautos

Joana (apavorada): Ó meu Deus! Não estou entendendo! De costume, a voz que ouço é tão suave... Não é a mim que a de hoje se dirige. Quem é a criança que, por cujo intermédio, devem cumprir-se tão grandes coisas?Talvez serei eu quem lhe comunicará a vontade de Deus... Mas não acreditará em mim! Ó Santíssima Virgem Maria, e vós, meu bom anjo da guarda, dignai-vos a esclarecer-me e dizer-me o que devo fazer!

Santa Catarina e Santa Margarida (invisíveis, Cantam a música): O anjo e a alma (Primeira Parte)

Joana (sempre mais apavorada): Salvar a Pátria! Empunhar a espada! Eu, pobre criança dos campos... estou sonhando! (Levanta-se e olha ao redor). Não, estou bem acordada! Meu Deus! amparai-me! Estou perturbada. Estou com medo. (Esconde o rosto com as mãos e chora.)

Santa Catarina e Santa Margarida (invisíveis, Cantam a música): O anjo e a alma (Segunda Parte)

São Miguel (sempre invisível, Canta a música): O anjo e a alma (Terceira Parte)

Durante os cantos, Joana levanta a cabeça, procura ver os seres invisíveis que lhe falam, e fica em atitude de êxtase. A voz de são Miguel amedronta-a e a faz chorar de novo. - Depois que ele acaba de cantar, ela diz:

Joana: Quem sois vós para falar-me desta maneira? Oh! suplico-vos, mostrai-vos a mim. Se a vossa voz é tão harmoniosa e tão apavorante, vosso rosto deve ser bonito!

Vida de Santa Joana d'Arc - Parte I


Vida de Santa Joana d'Arc escrita por Santa Teresa do Menino Jesus, as musicas cantadas estão na minha comunidade do Orkut, basta clicar no link

A Missão de Joana d'Arc

[Cena 1]

Joana sozinha no campo, guarda o seu rebanho, canta trançando uma grinalda de flores - sua roca e seu cajado estão deitados ao lado dela.

Musica: "Sou eu a loura Ietala"



[Cena 2]

Quando Joana acaba de cantar, Catarina se aproxima dela silenciosamente. Joana parece espantada ao vê-la

Joana: Catarina, irmãzinha, que vem fazer aqui, por que não está tomando conta do seu rebanho?

Catarina: Meu rebanho já foi recolhido ao aprisco. Joana, você se esqueceu de que hoje é dia de festa? Nossas companheiras nos esperam para ir dançar debaixo da grande árvore.

Joana: Minha grinalda de flores está terminada e não me esqueci da festa, mas ainda é cedo para recolher meus carneirinhos. Dentro de uma hora alcançarei você debaixo da grande árvore.

Catarina (timidamente): Joana preciso lhe pedir um favor, suplico-lhe, não me repreenda... Ouvi você cantar, há pouco, estava escondida atrás das árvores... Você dizia que os anjos vêm falar com você...

Joana (muito emocionada): Você ouviu!... Ó Catarina! Não repita nunca essas palavras e não pergunte nada, pois não posso responder.

Catarina (acariciando Joana e sentando-se perto dela): Joana, sou sua irmã, não esconda de mim o seu segredo, prometo que nunca o revelarei a ninguém.

Joana: Pois bem! Só a você, Catarina, vou contar meu segredo. Você gosta de mim e sei que não vai contar para ninguém. É verdade que desde os meus treze anos ouço com frequência vozes desconhecidas. São agradáveis e melodiosas... Nem se pode comparar a elas, embora tão suave, o canto do rouxinol.

Catarina: Ó Joana! São os anjos, claro. Você é tão boa que eu não me surpreendo que Deus e Nossa Senhora a cumulem com suas graças.

Joana: Não sei se essas vozes são as dos anjos, nunca vi um deles. Mas não sou tão boa como você diz. Minhas vozes me incitam a sê-lo e prometem que Nosso Senhor me protegerá sempre se eu conservar o meu coração só para Ele.

Catarina: Joana, o que significa conservar o coração para só Deus? É amar só a Ele? Isso é muito difícil... Amo você acima de tudo o que se possa imaginar. Você acha que a ternura que tenho para com você desagradam a Deus?

Joana: Não, pequena Catarina, não creio. Também amo você ternamente e nosso afeto é agradável a Deus. Mas conservar o coração só para Ele é escolher Jesus por esposo... Há muito tempo minhas vozes aconcselharam-me a consagrar a minha virgindade a Nosso Senhor e entregar a guarda dela a Nossa Senhora. Ó Catarina, se soubesse as ternuras que Jeusus reserva para as almas que escolhe por esposas!

Catarina (levantando-se): Também quero consagrar-me a Jesus! Joana, leva-me logo ao altar de Nossa Senhora, quero aparecer-me com você, tornar-me boa como você.

Joana (sorrindo): Você é ainda muito jovem, irmãzinha, é preciso aguardar e pedir a Nosso Senhor que lhe dê a graça de ser, um dia, sua esposa. Vou pedir para você também. Seja sempre bem comportada e obediente, esse é o meio de atrair os olhares de Deus.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sobre a Salvação fora da Igreja


Muitos católicos tentam afirmar, baseados por um senso de justiça terreno, que basta ser uma pessoa caridosa para alcançar a salvação, a Santa Igreja é apenas uma ajuda neste processo. Vejamos o que a Igreja tem a dizer a respeito em uma carta do Santo Ofício durante o reinado de Pio XII.

"Entre as coisas que a Igreja sempre pregou e nunca deixará de pregar está também a afirmação infalível que nos ensina que 'fora da Igreja não há salvação'.

Este dogma, porém, deve ser entendido no sentido em que a própria Igreja o entende. Com efeito, não é ao juízo privado que nosso Salvador confiou a explicação do que está contido no depósito da fé, mas ao magistério eclesiástico.

Primeiro, a Igreja ensina que nesta matéria se trata de um preceito muito severo de Jesus Cristo. Com efeito, ele impôs aos seus Apóstolos que ensinassem a todas as nações a observarem tudo quanto ele havia mandado. Entre os mandamentos de Cristo não ocupa o último lugar aquele que ordena sermos pelo batismo incorporados ao corpo de Cristo, que é a Igreja, e permanecemos unidos a Cristo e a seu vigário pelo qual ele mesmo governa de modo visível sua Igreja na terra. Por isso, ninguém será salvo se, sabendo que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo, todavia não aceita submeter-se à Igreja ou recusa obediência ao Romano Pontífice, vigário de Cristo na terra.

Ora, o salvador não apenas ordenou que todas as nações entrassem na Igreja, mas ainda decidiu que a Igreja seria o meio de salvação sem o qual ninguém poderia entrar no reino celeste."

Renunciando a falsa misericórdia, fiquemos com o que diz a Igreja de forma infalível.


Está e a verdadeira fé Católica, fora da qual ninguém pode ser salvo!

Felippe Cremona

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dom Orani João Tempesta toma posse da arquidiocese do Rio de Janeiro




Em uma missa muito bem celebrada no Domingo(Segundo Domingo da Páscoa 19/04/2009) Dom Orani Tempesta assumiu oficialmente a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, no mesmo dia da final da Taça Rio no Maracanã, a Catedral recebeu 10 mil fieis para saudar o seu novo Pastor.

Com algumas das orações conhecidas feitas em Latim, e cantadas pelo belíssimo Coral, como manda a Sacrosanctum Concilium, a celebração foi um ponto de esperança para uma liturgia bem feita, assim como manda Roma.

Dom Lorenzo Baldassarri, Núncio Apostólico, lembrou sempre a beleza e importância da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e que a cidade do Rio de Janeiro é "feita de luz e cor e ao mesmo tempo, de sombras e escuridão".

Dom Eusébio, em seu discurso, fez criticas ao aborto e a retirada dos crucifixos dos prédios do governo "nada de bom pode vir disso". Ele também disse ao seu sucessor que o Bispo é o "Sacramento da Bondade de Deus". Com seu bom humor, ele contou que disse a Nossa Senhora, olhando a replica da Imagem do Círio de Nazaré "mamãe, como a senhora esta bonita!"

No seu discurso, Dom Orani Tempesta agradeceu a todos que estiveram presentes, lembrou as suas origens, e disse ainda que "vem como um Cristão, discípulo de Jesus Cristo, que foi escolhido como Apóstolo para anunciar o Reino de Deus a todos". Disse também que "como Cristão, sabe que toda a terra é sua pátria, e não se sente estrangeiro em nenhum lugar, mas por outro lado, sabe que sempre caminha para a pátria definitiva."

Dom Orani Terminou dizendo "Hoje, mas que um bispo que toma posse de sua arquidiocese, é o povo quem toma posse do seu bispo que veio para seguir a todos na alegria. Eis-me aqui!"

Bem, finalmente pude praticar o meu Latim.

Ut omnes unum sint

Felippe Cremona

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Sucessão Apostólica


De onde vem a autoridade dos Bispos, Padres e Diáconos? São Clemente responde.

"Os apóstolos receberam do Senhor Jesus Cristo o Evangelho que nos pregaram. Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo, portanto, vem de Deus, e os apóstolos vêm de Cristo. As duas coisas, em ordem, provêm, da vontade de Deus. Eles receberam instruções e, repletos de certeza, por causa da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, fortificados pela palavra de Deus e com a plena certeza dada pelo Espírito Santo, saíram anunciando que o Reino de Deus estava para chegar. Pregavam pelos campos e cidades, e aí produziam suas primícias, provando-as pelo Espírito, a fim de instruir com elas bispos e diáconos dos futuros fiéis. Isso não era algo novo: desde há muito tempo, a Escritura falava dos bispos e dos diáconos. Com efeito, em algum lugar está escrito: 'Estabelecerei seus bispos na justiça e seus diáconos na fé'."


São Clemente, rogai por nós!
Texto retirado da Epístola de São Clemente aos Coríntios.

Felippe Cremona

terça-feira, 17 de março de 2009

Caridade


Muitas vezes vemos Católicos que observam todos os preceitos da nossa Fé, mas quando chega a hora da caridade material, diz que este é um problema para o governo. Os sermões de São Leão Magno, nos ajudam a refletir.


Porque devemos ser caridosos?: "Aquele que distribuir os bens temporais, torna-se herdeiro dos eternos."

Recebemos algum beneficio pela Caridade prestada?: "qualquer culpa contraída durante a permanência terrestre é apagada pelas esmolas."

Quanto devemos dar?: "ninguém se obrigue a dar além de sua possibilidade. Que cada um seja juiz equilibrado entre si e os pobres."

Quanto maior a doação, maior será a alegria de Deus?: "a generosidade dos fiéis não é medida pelo peso do dom, mas pela intensidade da boa vontade."

Sou um bom Cristão, embora não seja caridoso: "embora alguém possa ser fiel, casto, sóbrio e dotado de outras insígnias mais importantes, se entretanto não for misericordioso, não merece misericórdia."

Não ser caridoso é pecado?: "Sabendo, porém, que Deus pode ser negado não só por palavras como também por atos, o demônio destruiu o amor naqueles nos quais ele não pôde anular a fé; e, uma vez ocupado o campo do seu coração pelas raízes da avareza, privou do fruto das obras aqueles que não pôde privar da proclamação da fé."

A ganância dos ricos é justificada?: "se, por suas riquezas nenhum pobre é socorrido, nenhum doente reconfortado...Desta forma, os ricos são mais miseráveis do que todos os miseráveis...ricos de bens temporais, pobres dos bens eternos."

Devo ajudar somente quando me pedem ajuda?: "existem aqueles que coram ao solicitar publicamente aquilo de que precisam...É preciso pois, percebê-los e satisfazer suas necessidades ocultas a fim de que eles tenham maior alegria nisto do que com a descoberta de sua pobreza e de seu pudor"

Porque devemos dar as nossas doações para a Igreja distribuir?: "pois é em direção da Igreja que vem todo pessoal necessitado de socorro."

Deus permite que existam pobres e doentes, pois estas foram umas das formas que Ele escolheu para se fazer presente no meio de nós: "para que sua presença não nos pareça faltar ele acomodou de tal forma o mistério de sua humildade e de sua glória que nós podemos alimentá-lo nos pobres, ele que nós adoramos como Rei e Senhor, na majestade do Pai."

Aquele que tem muitos bens materiais, é chamado a dividi-los com os pobres, pois todos os bens foram dados por Deus: "não só temos bens espirituais e dons celestiais porque nos são dados por Deus, como também, as riquezas terrestres e materiais provém de sua própria magnanimidade, de tal modo que, por algum mérito, se poderia perguntar a razão destes bens que ele nos concedeu mais para distribuí-los do que para possuí-los."

Desta forma, no dia do Juízo Final, ricos e pobres serão tratados da mesma forma: "no dia da recompensa não é a medida das riquezas que será julgada, mas a qualidade das intenções."

São Leão Magno ainda nos confirma: "Aquele que alimenta o Cristo presente no pobre, constrói seu tesouro no céu."


São Leão Magno, Rogai por nós!
Todos os textos foram tirados dos seis sermões de São Leão Magno sobre as coletas

Felippe Cremona

Pai Nosso


Pai Nosso: "ele é pai de modo especial somente de Cristo; para nós todos, ele é o Pai comum, pois ele gerou somente a Cristo, e a nós criou. Dize portanto, também tu, por graça: 'Pai nosso', para que mereças ser seu filho".

Que estás nos céus: "O céu está onde cessou a falta; o céu está onde os crimes descansam; o céu está onde não existe nenhuma ferida da morte."

Santificado seja o teu nome: "como se alguma palavra nossa pudesse acrescentar algo à santidade dele. Não! Mas para que ele seja santificado em nós, a fim de que a sua santificação possa chegar a nós."

Venha o teu reino: "como se ele não tivesse vindo. Mas o Reino de Deus chegou quando obtivestes a sua graça. De fato, ele próprio diz: 'O Reino de Deus está em vós' (Lc 17,21)."

Seja feita a tua vontade assim na terra, como no céu: "Todas as coisas foram pacificadas pelo sangue de Cristo tanto no céu como na terra o céu foi santificado e o diabo foi expulso: (cf. Cl 1,20). Ele se encontra agora onde está o homem que ele enganou. Seja feita a tua vontade, isto é, haja paz na terra, assim como no céu."

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje "Lembro-me do que dizia quando eu tratava sobre sacramentos... Se o pão é cotidiano, porque esperarias um ano para recebê-lo, como costumam os gregos a fazer no Oriente? Recebe a cada dia o que te é de proveito para cada dia. Vive de tal maneira que mereças recebê-lo a cada dia."

Perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores "Aceitas-te uma divida com o diabo que não era necessária. O inimigo possuía a tua promissória, mas o Senhor a crucificou e a destruiu pelo seu Sangue."

E não nos deixes ser induzidos em tentação, mas livrai-nos do mal: "tentação, à qual não podemos resistir...como o atleta quer uma tentação a qual a condição humana possa resistir e que cada um seja libertado do mal, isto é, do inimigo, do pecado."


Santo Ambrósio, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados de "Sobre os Sacramentos" livro V escrito por Santo Ambrósio.

Felippe Cremona

Vida de São Marcos



Parte Bíblica de São Marcos

Nome: "João, que tinha por sobrenome Marcos" (At 15,37)

Filho de: "Maria, mãe de João, que tem por sobrenome Marcos" (At 12,12)

Primo de: "primo de Barnabé" (Cl 4,10)

Por ser primo de Barnabé, chegou a servir a Santa Igreja, ao lado de São Paulo: "Tendo Barnabé e Saulo concluído a sua missão, voltaram de Jerusalém (a Antioquia), levando consigo João, que tem por sobrenome Marcos." (At 12,25)

Por algum motivo, ele desistiu da caminhada ao lado de São Paulo: "chegaram a Perge, na Panfília, de onde João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém." (At 13,13)

Quando São Paulo volta a Jerusalém, Barnabé chama São Marcos a voltar a caminhada ao lado de São Paulo, mas São Paulo se opõe, o que faz com que São Paulo e Barnabé tomem caminhos diferentes: "Barnabé queria levar consigo também João, que tinha por sobrenome Marcos. Paulo, porém, achava que não devia ser admitido quem se tinha separado deles em Panfília e não os havia acompanhado no ministério. Houve tal discussão que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre." (At 15, 37-39)

Mais tarde, São Marcos estava novamente com São Paulo: "Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus colaboradores." (Fm 24)

Mais tarde, São Paulo chama novamente a São Marcos, reconhecendo seu Grande valor: "Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é bem útil para o ministério." (2Tm 4,11)


Parte Extra-Bíblica de São Marcos

São Marcos foi auxiliar do Papa São Pedro em Roma, quando os Cristãos já não se contentavam somente com os sermões de São Pedro, mas queriam tambem ouvir aquela história escrita: "estando Pedro em Roma pregando publicamente a doutrina e explicando o Evangelho pelo Espírito, os que estavam presentes – e eram muitos - exortaram Marcos, já que este o seguia há muito tempo e recordava-se do que havia dito, a que o pusesse por escrito."

Este fato, não gerou muito animo no Papa São Pedro: "Ao saber Pedro disto, não o impediu nem o estimulou."

Mas os fieis não cessaram ate São Marcos escrever sobre as histórias que São Pedro contava sobre Cristo: "e não o deixaram em paz até que o homem o tivesse terminado"

O Papa São Pedro resolve ajudar São Marcos: "Evangelho de Marcos, que o fez como Pedro lhe indicou"

Depois de terminado, São Marcos divulga o seu livro: "Depois que o fez distribuiu o Evangelho a todos que o pediam."

O amor paterno do Papa pela comunidade Cristã, foi expressa, pela primeira vez, para São Marcos: "Marcos é mencionado por Pedro em sua primeira carta; dizem que esta foi escrita em Roma mesmo, e que isto se dá a entender ao chamar a cidade, metaforicamente, de Babilônia, com estas palavras: 'Saúda-vos aquela que está em Babilônia, eleita convosco, e meu filho Marcos.' (1 Pd 5,13)."

São Marcos, funda a Igreja de Alexandria: "Dizem que este Marcos foi o primeiro a ser enviado ao Egito, e que ali pregou o Evangelho que ele havia posto por escrito e fundou igrejas, começando pela de Alexandria."

São Marcos faz Cristo triunfar em Alexandria, logo em sua primeira tentativa: "E surgiu ali, na primeira tentativa, uma multidão de crentes, homens e mulheres"


São Marcos, rogai por nós!
Todos os textos, da parte histórica de São Marcos, foram tirados de "História Eclesiástica" escrito por Eusébio, Bispo de Cesaréia.

Felippe Cremona

Vida de São Tiago, o Justo


Quem é: "Tiago, primeiro que recebeu do Salvador e dos apóstolos o episcopado da igreja de Jerusalém e ao qual os livros divinos chamam inclusive de irmão de Cristo"

Como foi eleito Bispo de Jerusalem: "depois da ascensão do Salvador, Pedro, Tiago (Maior) e João, mesmo tendo sido os preferidos do Salvador, não tomaram para si esta honra, mas elegeram como bispo de Jerusalém Tiago o Justo."

Aparência: "sobre sua cabeça não passou tesoura nem navalha e tampouco ungiu-se com azeite nem usou do banho."

Como ele adorava ao Senhor: "ali (no Santuario) se encontrava ajoelhado e pedindo perdão por seu povo, tanto que seus joelhos ficaram calejados como os de um camelo, por estar sempre de joelhos adorando a Deus e pedindo perdão para o povo."

Porque do Apelido de "Justo": "Por sua eminente retidão era chamado 'o Justo' e 'Oblías', que em grego quer dizer proteção do povo e justiça, como declaram os profetas acerca dele."


Martírio de Tiago, o Justo

Os Judeus estavam temerosos quanto a Fé em Cristo: "Sendo pois, muitos os que creram, inclusive entre as autoridades , os judeus, escribas e fariseus se alvoroçaram dizendo: todo o povo corre perigo ao esperar o Cristo em Jesus."

Reuniram-se pois ante Tiago e disseram: "Nós te pedimos: retém ao povo, que está em erro a respeito de Jesus, como se ele fosse o Cristo. Pedimo-te que convenças a respeito de Jesus todos os que vierem para o dia da Páscoa, porque a ti todos obedecem. Efetivamente, nós e todo o povo damos testemunho de ti, de que és justo e não te deixas levar pelas pessoas. Tu pois, convence a toda a multidão para que não se engane a respeito do Cristo. Todo o povo e nós mesmos te obedecemos. Ergue-te pois sobre o pináculo do templo para que do alto sejas visível e todo o povo ouça tuas palavras, pois por causa da Páscoa reúnem-se todas as tribos, inclusive com os gentios."

Puseram Tiago em pé sobre o pináculo do templo e disseram-lhe aos gritos: "O tu, o justo!, a quem todos devemos obedecer, posto que o povo anda extraviado atrás de Jesus o crucificado, diga-nos quem é a porta de Jesus."

E ele respondeu com grande voz: "Por que me perguntam sobre o Filho do homem? Ele também está sentado no céu à direita do grande poder e há de vir sobre as nuvens do céu."

Muitos se converteram ao ouvr as palavras de Tiago: "E sendo muitos os que se convenceram completamente e ante o testemunho de Tiago, irromperam em louvores dizendo: 'Hosana ao filho de Davi!'"

Então os mesmos escribas e fariseus novamente disseram uns aos outros: "Fizemos mal em proporcionar tal testemunho a Jesus, mas subamos e lancemo-lo para baixo, para que tenham medo e não creiam nele."

E puseram-se a gritar dizendo: "Oh! Oh! Também o Justo extraviou-se!"

Tiago foi apedrejado: "Subiram pois e lançaram abaixo o Justo. E diziam uns aos outros: "Apedrejemos a Tiago o Justo!" E começaram a apedrejá-lo, porque ao cair não chegou a morrer."

Mas Tiago, virando-se, ajoelhou-se e disse: "Eu te peço Senhor, Deus Pai: Perdoa-os, porque não sabem o que fazem."

Um Sacerdote pede se arrepende do apedrejamento: "E quando estavam assim apedrejando-o, um sacerdote, um dos filhos de Recab, filho dos Recabim, dos quais o profeta Jeremias havia dado testemunho (Jr 35, 2-19) , gritava dizendo: 'Parai, que estais fazendo? O Justo roga por vós!'"

Morre Tiago, o Justo: "E um deles, tecelão, agarrou o bastão com que batia os panos e deu com este na cabeça do Justo, e assim foi que sofreu o martírio."

Eusébio de Cesaréia ainda nos afirma: "os que creram, creram por Tiago."


São Tiago, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados de "História Eclesiástica" escrito por Eusébio, Bispo de Cesaréia.

Felippe Cremona

Força da Verdade


Somos Católicos porque nosso país é de maioria Católica? Esta é uma pergunta que nos fazemos após compreender o que Santo Atanásio dos diz nesta Homilia.


Igreja não perde adeptos a cada dia?: "Esqueceram, portanto, que Nosso Senhor Jesus Cristo não elegeu senão doze discípulos, gentes simples, sem letras, pobres e ignorantes, para opô-los, ao mundo inteiro , e que não lhes deu, como única defesa, senão a confiança Nele?"

Eu sou o único Católico na Familia: "A verdade é sempre vencedora, ainda que esteja sustentada por um número muito pequeno."

Todos os meus amigos, dizem que a Igreja leva a nada: "Quando dez mil homens se tivessem reunido para fazer-me acreditar em pleno dia que é de noite...estaria obrigado por isso a crer-lhes?"

O que dizer a eles?: "Que vosso grande número me apresente a Verdade em toda sua pureza e seu brilho"

A Santa Igreja Católica Triunfará pois: "Ele é o Deus da Verdade, Ele nos tirou do seio do erro e da ilusão, Ele nos diz no fundo do coração: 'Eu sou a Verdade', Ele sustenta nossa esperança e anima nosso zelo, quando nos diz: 'Tende confiança, Eu venci ao mundo.'"

Somos Católicos pois a nossa Igreja guarda a Verdade, não importando se somos a maioria, a minoria ou se somos dois. Santo Atanásio ainda nos diz:

"Depois disso, como não sentir compaixão pelos que só medem a força e o poder da Verdade pelo grande número?"


Santo Atanásio, rogai por nós!
Todos os textos foram tirados da Homilia de Santo Atanásio "A verdade e o numero"

Felippe Cremona

Como deve ser a oração


Onde devemos rezar: "Podes rezar em todo lugar e rezar sempre no teu quarto. Tu tens o teu quarto em todo lugar. Mesmo que estejas entre os pagãos ou entre os judeus, sempre tens em todo lugar o teu segredo."

Como devemos rezar: "Quando rezas, não fiques gritando, não espalhe a tua oração, nem te vanglories no meio das pessoas: reza secretamente em ti mesmo...aquele que grita, pensa que Deus só pode ouvi-lo se gritar, e ao pedir a ele, rebaixa o seu poder. Contudo, aquele que reza em silêncio, testemunha sua fé e reconhece que Deus perscruta o coração e os rins, e que ele ouve a tua oração antes que ela saia de tua boca."

Devemos estar de Coração tranqüilos "o homem cristão deve moderar a sua ira, principalmente quando se propõe a rezar. Para que a indignação não perturbe o teu ânimo e para que o furor da ira não impeça a tua oração"

Em que ordem devemos falar (Louvor, Suplica, Pedido, Ação de Graças) :

Louvor: "A primeira oração deve conter o louvor a Deus...para tornar o árbitro benévolo a si;"

Suplica: "Depois, pouco a pouco, começa a pedir ao juiz que se digne escutar com paciência."

Pedido: "Em terceiro lugar, expõe o objeto da sua postulação, exprimindo o pedido."

Ação de Graças: "Em quarto lugar... assim como começou pelos louvores a Deus, do mesmo modo cada um de nós deve terminar com o louvor a Deus e com a ação de graças."


Santo Ambrósio, rogai por nós!
Todas os textos foram tirados de "Sobre os Sacramentos" livro VI escrito por Santo Ambrósio.

Felippe Cremona