terça-feira, 27 de outubro de 2009

Deus pode mudar o passado?


Esta é uma questão que nos causa curiosidade. São Tomás de Aquino, como sempre, não nos deixa morrer curiosos.

"Deus, que pode tudo, não pode fazer que uma mulher violada, seja não-violada"
(São Jerônimo)

O que implica contradição, não está sob a onipotência de Deus. Ora, que as coisas passadas não tenham existido implica contradição. Com efeito, assim como há contradição em dizer que Sócrates está e não está sentado, também há em dizer que esteve e não esteve sentado. Ora, dizer que ele esteve sentando é declarar uma coisa passada:dizer que não esteve é dizer que essa coisa passada não existiu. Então, que as coisas passadas não tenham existido, isto não está na dependência da potência divina.

É o que assevera Agostinho:
"Aquele que diz: 'Se Deus é onipotente, faça que o que foi feito não tenha sido feito', não percebe o que está dizendo: 'Se Deus é onipotente que ele faça que o que é verdadeiro, enquanto tal, seja falso'"

E o Filósofo escreve no livro da Ética:
"A Deus só lhe falta isso: tornar não feito o que foi feito"


Texto retirado da "Suma Teológica, Livro I" de São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Começam os colóquios com a FSSPX


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Na próxima segunda-feira, 26 de outubro, acontecerá o primeiro colóquio entre os representantes da Fraternidade São Pio X e os membros da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei.

Assim explicou hoje o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, em uma breve declaração.

Estes colóquios, que foram anunciados ao se publicar o decreto de levantamento da excomunhão de bispos lefebrianos, tratarão sobre as questões doutrinais abertas e, segundo afirmou hoje Lombardi, seu conteúdo “será estritamente reservado”.

Está prevista, não obstante, a publicação de um comunicado ao término do colóquio.

O encontro acontecerá no Palácio do Santo Ofício, e nele participarão, por parte da Comissão Ecclesia Dei, seu secretário, mons. Guido Pozzo, e o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, mons. Luis F. Ladaria Ferrer. S.J.

Também estarão presentes os especialistas, os consultores da Congregação para a Doutrina da Fé; Charles Morerod, secretário da Comissão Teológica Internacional, mons. Fernando Ocáriz, vigário geral do Opus Dei, e Karl Josef Beccker.


Fonte:
www.zenit.org/article-22998?l=portuguese

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Superioridade dos Anjos


O Anjo é superior ao homem, São Tomás de Aquino explica o porque.

O anjo superava o homem em três aspectos:

Primeiro, pela dignidade de sua natureza, que é puramente espiritual, conforme diz o Salmo: "dos ventos fazes os Teus mensageiros"(103,4). O homem, porém, é de natureza corruptível, como o reconhecia Abrãao: "falarei ao meu Senhor, ainda que eu seja pó e cinza"(Gn 18,27).

Segundo, por sua familiaridade com Deus, pois, sendo seu auxiliar, o anjo Lhe é íntimo, conforme se lê em Daniel: "milhares de milhares O servem, inumeráveis são os que assistem diante d'Dele"(Dn 7,10). Porém, pelo pecado, o homem se fez como que estranho e exilado de Deus, como o confessa o salmista: "fugi para longe e permaneci no deserto"(Sl 54,8). Era conveniente, portanto, que o anjo, que é próximo e familiar ao Rei, fosse reverenciado pelo homem.

Terceiro, o anjo era superior por causa da plenitude do esplendor da graça divina. Com efeito, os anjos participavam da luz divina na suma plenitude, conforme se lê no livro de Jó: "porventura têm número as suas milícias? E sobre quem é que não levanta a sua luz?"(Jó 25,3). Eis porque os anjos sempre aparecem revestidos de luz. Os homens, porém, ainda que participem da luz da graça, fazem-no num grau muito menor e com certa obscuridade.

Texto retirado de "In Salutationem Angelicam Expositio" de São Tomás de Aquino.

Felippe Cremona