sábado, 28 de novembro de 2009

Como a Santa Igreja salvou os Romanos dos Bárbaros


Sabemos que os Romanos massacraram os Cristãos no início de nossa história. A vida dos Cristãos estava nas mãos dos Romanos.

O que muitos não sabem é que houve o dia em que a vida dos Romanos ficou nas mãos dos Cristãos. Então, houve vingança? Melhor, houve misericórdia.

Santo Agostinho nos conta esta história.


"Não são esses adversários do nome de Jesus Cristo aqueles mesmos romanos que em nome de Jesus Cristo os bárbaros pouparam?

Atestam-no as capelas dos mártires e as basílicas dos apóstolos, que em plena desolação de Roma abriam o seio a quantos, cristãos ou gentios, nele buscavam refúgio. Até o sagrado limiar o furioso inimigo banhava-se em sangue, mas nessa barreira a raiva assassina expirava[...] Assim escapou à morte a maioria desses caluniadores de nossa era cristã, que atribuem ao Cristo os males que Roma sofreu; o benefício da vida, por eles devido ao nome de Cristo, não é a nosso Cristo, porém, que atribuem , e sim ao destino, quando, se maduramente refletissem, no que suportaram de infortúnios poderiam reconhecer a Providência, que se vale do flagelo da guerra para corrigir e pulverizar a corrupção humana e, atormentando com semelhantes aflições almas justas e meritórias, faz que, depois da prova, passem a melhor destino ou as retém na terra para outros desígnios. Quanto, porém, à milagrosa proteção de que o nome do Cristo os cercou em toda parte e nos mais divinos e amplos edifícios, designados à multidão como oferecedores de maior espaço ao refúgio e à clemência, clemência nova, até então desconhecida por vencedores, por bárbaros ferozes, não deveriam atribuí-la ao Cristianismo, dar graças a Deus e acorrer-lhe ao nome com sincera fé, para fugirem aos suplícios do fogo eterno?

Este nome vários não o usurparam senão para evitar as angústias da morte presente, porque de todos quantos vês insultarem com cínica desfaçatez os servidores do Cristo muitos não escapariam ao gládio ensangüentado, se não se acobertassem com o falso título de servidores de Jesus Cristo. E agora, com soberba ingratidão, delirantes de impiedade e de coração perverso, correm ao suplício das trevas eternas, insurgindo-se contra esse nome, em que se refugiaram, mentindo, para fruir da luz temporal."

Santo Agostinho, Rogai por nós!
Texto retirado de "A Cidade de Deus" de Santo Agostinho.

Felippe Cremona